A Ponte Metálica, motivo de orgulho e símbolo rio-pardense, foi entregue à cidade no ano de 1901, e devido a sua construção, Euclides da Cunha aqui residiu com sua família por três anos e às margens do Rio Pardo num escritório feito de folhas de zinco escreveu a maior parte de "Os Sertões" – um clássico da literatura mundial.
A ponte era uma antiga reivindicação dos rio-pardenses, pois atrairia a produção de café do outro lado do rio e também do município de Mococa.
No início de 1896 foi aberta uma concorrência pública para execução das obras da tal ponte, que foi vencida pelo engenheiro Arthur Pio Dechamps de Montmorency. Euclides da Cunha ficou designado como fiscal da obra.
No ano de 1897 a ponte chega da Alemanha e é montada a 60 metros abaixo do local aonde ela se encontra hoje. No dia 3 de maio de 1897 a ponte foi franqueada e entregue ao público, sendo que 50 dias após essa data a mesma viria a ruir, pois devido a uma rachadura em um dos pilares, não resistiu à correnteza do Rio Pardo.
Euclides da Cunha pediu então para reconstruí-la, chegando a São José do Rio Pardo em fevereiro de 1898 e a partir dessa data tratou de construir uma ponte provisória e de desmontar a ponte tombada e retorcida.
O material metálico da ponte foi todo consertado, tendo o serviço terminado em julho de 1900.
Feito isso a ponte foi montada primeiramente em terra, nas suas dimensões originais.
Em abril de 1901, a impressa rio-pardense já anunciava que a data da inauguração da ponte se daria no dia 18 de maio daquele ano.
No dia 14 de maio Euclides convidou a Câmara e todo o pessoal da Superintendência de obras do Estado para ver as experiências de resistência da ponte, que foi feita com quatro carroças carregadas, cujo resultado não apresentou nenhum risco às estruturas da ponte.
Na tarde do dia 18 de maio de 1901, com muita festa e a presença da população e autoridades a ponte foi inaugurada. Na noite do mesmo dia o povo acompanhado por uma banda fez uma homenagem a Euclides em frente a sua casa como forma de gratidão à colaboração que o engenheiro dera ao município.
Hoje, passado mais de um século dessa data, a ponte continua imponente e majestosa sobre as águas do Rio Pardo, embelezando a paisagem e contribuindo com o escoamento de inúmeros veículos, que devido ao crescimento que houve à margem direita do rio, trafegam diariamente naquela região. Atualmente os veículos pesados têm o seu trajeto desviado da ponte para garantir a sua conservação e o seu uso, e para que ela possa dessa maneira continuar abrilhantando e servindo a cidade.
Um comentário:
ótimo texto! parabéns! Estou lendo Os Sertões e fiquei com vontade visitar São José do Rio Pardo só para ver a ponte.
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